sexta-feira, 8 de abril de 2011

Prece

Hoje à tarde assisti a palestra do Sérgio da Silva Almeida (www.sergiodasilvaalmeida.com.br), proporcionado por um parceiro comercial a toda sua equipe, onde apresentou seus cases vivenciais, sua trajetória, com foco em comportamento, relacionamento, atendimento e vendas. Uma palestra com muita riqueza, diga-se de passagem, com reflexões que apenas quem vê o mundo com olhos de empreendedor pode trazer.

Entretanto, um assunto que me chamou muito a atenção foi um depoimento de como um fato mudou sua vida em relação ao modo de se relacionar e de expressar seus sentimentos. Segundo ele, desde sua infância, por uma questão meramente cultural nunca mais havia beijado a face do pai ou dito a ele palavras de carinho. Porém, em 2006 um acontecimento marcou a sua vida: sua casa foi invadida por ladrões que o mantiveram sob a mira de revólveres por quase duas horas. Naquele momento, certamente sua vida passou na frente de seus olhos, mas nada era mais importante do que a sobrevivência de seu filho de onze anos, que estava com ele.

Chegaram a decidir que levariam a criança como refém e cobrariam o resgate, porém o pai, com inteligência emocional conseguiu manter a calma e argumentar para que levassem bens materiais mas não colocassem em risco a vida do menino. Por fim, os bandidos foram embora com diversos objetos e dias depois, curiosamente, atendendo ao seu pedido, deixaram na sua caixa de correspondência um CD com o conteúdo de seu livro que estava escrevendo havia sete anos.

Da palestra, além de uma série de informações, conhecimentos e análises comportamentais, algumas perguntas importantes (as quais normalmente não costumamos parar para pensar) deixadas no ar pelo palestrante ficaram nitidamente impregnadas na cabeça dos participantes:

Se você tivesse apenas alguns minutos de vida e pudesse fazer apenas uma ligação, para quem faria?
O que diria?
Há quanto tempo não faz isso?



Estas perguntas reverberam em nossa mente, em um momento em que nos deparamos, ainda incrédulos, com um episódio absolutamente desumano e inexplicável que foi a tragédia na escola do Rio de Janeiro. Este assunto tem sido amplamente debatido por praticamente todas as pessoas com quem tenho conversado, pois realmente chocou a todos nós.

Como telespectadores desta triste história real, resta-nos orar pelas vítimas, pelas demais crianças que presenciaram o fato e pelos familiares que não mais terão a alegria de verem seus filhos voltarem da escola. Sonhos e sorrisos perdidos.

Porém, como atores principais de nossas vidas e escolhas, cabe valorizarmos os que nos rodeiam e expressarmos nosso amor, carinho, gratidão e todo tipo de sentimento que fortaleça nossos laços, nossos vínculos, sem esperar que verdadeiros tsunamis aconteçam em nossas vidas para nos fazer enxergar o que sozinhos, muitas vezes não conseguimos ou que não queremos ver.

Alguns, como o empresário e palestrante, Sérgio Almeida, citado no início do texto, nasceram de novo após uma experiência traumática e passaram a encarar as relações de outra forma. Após o assalto em sua casa, ele viajou até a cidade onde mora seu pai, beijou seu rosto e disse o quanto o amava. E, a partir de então, passou a adotar esta atitude.

Muitos, porém, não tiveram e não terão essa oportunidade.

2 comentários:

  1. Muitas vezes na "loucura" do nosso cotidiano esquecemos do que realmente tem valor e infelizmente, muitos o percebem tarde demais. Abraço.

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  2. Sergio Almeida fez outra grande pergunta: qual é sua motivação? Ela é "o seu motivo". Sonhamos cada vez mais alto e lutamos com garra por nossa família, realização pessoal, amigos.
    Todos temos nossos motivos então FOCO na missão!!!

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